sábado, 17 de novembro de 2007

Como cô cê pode abandoná eu? (Alex Cardoso, saudades)

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15 de novembro é o dia da “Proclamação da República”, isso eu aprendi na escola e me lembro muito bem. Bom, nem se eu quisesse conseguiria esquecer, o Alex fazia questão de me lembrar, alias de lembrar a todos.

19 de novembro é o dia da “Bandeira”, isso eu também aprendi na escola e reaprendi semana passada, sabe com quem? Com o Alex claro, não poderia ter sido diferente.

Que brasileiro (que não é formado em história) ficaria indignado por que as pessoas não sabem que o dia da Bandeira é apenas quatro dias depois do dia da Proclamação?

Que brasileiro (que não é militar) sabe cantar os quatro hinos oficiais do Brasil (Hino Nacional, Hino da Bandeira, Hino à Independência e Hino da Proclamação da República)?

Eu conheci esse brasileiro, ele era da minha sala e chamava-se Alex Cardoso. Ele era minha enciclopédia humana. Minha gramática favorita. Meu amigo do cafezinho na sala dos professores depois do estágio. Meu companheiro de aula de projeto gráfico. Meu amigo de comecinho de segunda-feira depois de um FDS sofrido. Meu primeiro “bom-dia” na facul, já que ele era sempre o primeiro a chegar lá!

Alex tinha um vocabulário bem complementado, pensamentos organizados e futuro promissor. Não fumava, não bebia e não fala palavrão. Certa vez mostrei a ele uma música da banda “Pedra Letícia”, na canção constam algumas palavras torpes e muitas outras que indiciam a malícia. Ele se horrorizou com a música, mas não esqueceu a única parte que ela fala uma coisa prestável. Depois disso, Alex, passou a cantá-la todos os dias pra mim. Era bem assim:

Alex – Como cô cê pode abandoná eu, se nóis foi sempre ciliz? Bom-dia Ariella Grillo
Ariella – Bom-dia Alex Cardoso, como vai?
Alex – Bem, bem graças a Deus.

E desse começo sempre previsto, porém muito agradável ABRE PARÊNTESES já que eu adorava vê-lo cantando palavras com erros gravíssimos de português que jamais aconteceria em uma conversa, por mais informal que fosse ela FECHA PARÊNTESES saía uma conversa. Nessa hora estávamos apenas, Marcela, ele e eu na faculdade.

Dia 15 de novembro de 2007, foi muito mais que o dia da “Proclamação da República” pra mim. Foi também muito mais que o aniversário da minha prima que eu não tenho contato há alguns anos. Foi muito mais que o dia de “Lembrar do Alex”, assim como são quais quer outras datas comemorativas ligadas à pátria amada, idolatrada, salve! Salve!

Dia 15 de novembro deste ano (ontem) foi o dia em que meu celular tocou e alguém do outro lado da linha me disse: - Ari, você tem notícias do Alex? – Foi aí que fiquei sabendo que Papai do Céu tinha chamado o Alex pra morar com Ele em uma casinha onde teriam vários livros pra ele ler, onde todos são felizes e onde ele ficaria muito melhor do que estava aqui.

Discuti com Papai do Céu quando fiquei sabendo! Eu disse a Ele: - Sei que o Alex é muito bom e é por isso que deve deixá-lo conosco, não faça isso. Não pode querer o que é bom só pra Você. - Não tinha pensado ainda que isso poderia ser o melhor pro Aledoso.

Fiz as pazes com Deus, mas não farei as pazes nunca com a rotina. Pra quem eu vou perguntar se nesse “a” vai crase? Pra quem eu vou perguntar se nesse “porque” tem acento? Se esse "se não" é junto ou separado? Se o Marcos Elia agora está sozinho na redação, quando ele for à Assessoria de Imprensa conversar com o Douglas, quem vai me chamar pra buscar um cafezinho na sala dos professores? Quem vai saber de cabeça a data de todas as provas e trabalhos da facul? Quem vai cantar “Pedra Letícia” pra mim 7h da manhã? Quem vai me chamar pelo nome completo e com carinho? Quem vai dar risada junto com a Marcela dos meus rolos de FDS? Quem vai brigar comigo quando eu confundir 15 de novembro com 7 de setembro? Quem vai me ajudar com Corel Draw e Page Maker na aula de projeto gráfico? Quem vai dizer “Houston, we have a problem!” quando eu der pau no PC do laboratório de redação?

Mesmo que eu encontre quem faça tudo isso, quem será Alex Cardoso?

Ninguém. Decidi. Não posso por os pés no laboratório de redação por algum tempo. Hoje, dia 16, faltando três dias para o dia da Bandeira, enterrei junto com o Alex algumas coisas que me faziam sorrir de segunda a sexta no período da manhã e da noite.

Só não se foram com ele minhas lembranças de todos os cinco dias da semana. As primeiras e as últimas horas do meu dia. Também não se foram com ele as apresentações de trabalhos dedicados que ele fazia. Não se foi o “Saldão das Casas Bahias, bom, bonito e Bahia” que ele cantou em sala. Não se foi a frase “o Alex tano é a mesma coisa que o Paulo Napoli tano”.

Sofri muito. Ele foi a pessoa mais próxima que já perdi na vida, mas se perdi é porque um dia ganhei. Isso o que importa.
Quando fui me despedir dele hoje, não agüentei e cantei bem baixinho “Como cô cê pode abandoná eu, se nóis foi sempre ciliz?”, ele ouviu, eu sei.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Orgulhosíssima (Dedicado à Mah)

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É amiga, “quem espera sempre alcança”, ou melhor, no seu caso “quem escreve sempre alcança”!

Só quero que saiba que você só ganhou metade da metade de um quarto do que você merece!

Você merece uma “Capricho” inteira com seus textos!!!!

Não vou explicar o que significa esse post e nem que ele está sendo feito porque você saiu na “Capricho” porque esse texto foi feito pra você e não pra ninguém entender

Afinal, meu merchandising só funciona pessoalmente e com a revista de número 1031 na mão. Parabéns de novo!

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Cansaço Psicológico

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Você está prestes a ler os medíocres devaneios de uma pessoa que mantém as aparências. Alias, de uma pessoa que mantém as aparências quando elas se fazem necessárias. Essa cidadã psicologicamente cansada é a única que tenho a plena certeza que não me abandonará. Seja na saúde ou na doença; na riqueza ou na pobreza; nas poucas alegrias e nas mais variadas tristezas; na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê. Essa pessoa sou EU (é estranhíssimo escrever sobre mim na terceira pessoa, mas é válido).

Estou cansada de assistir “Titanic” e torcer pro Jack não morrer no final. Por que a Rose não o deixou subir na porta com ela? Se corresse o risco da porta virar, então por que ela não variou um pouquinho?

Estou cansada de tentar descobrir o porquê de o Linkin Park ter chegado ao fim. A única banda prestável do mundo do rock não chegou nem em seu auge e já teve um fim, que com certeza foi nefasto!

Falando em Linkin Park eu automaticamente assumo SIM EU CURTO ROCK! Não gosto que as pessoas saibam desse meu pequeno desatino, mas não é algo controlável. Rock é coisa de gente triste, geralmente a humanidade se compadece com pessoas tristes. Não quero e não preciso de compaixão. Obrigada.

Assisto filmes infantis e tenho medo de filmes de terror. ADOOORRROOO “Os Incríveis”, “Procurando Nemo”, “Madagascar”. Não que eu seja intelectualmente subdesenvolvida. Isso é só a prova de que também não os EUA da intelectualidade.
Assisto documentários interessantíssimos por puro prazer. Assim como assisto filmes como “O Peste”. São prazeres diferentes, mas isso não importa, o importante é que são agradáveis.

Durmo com meu pai quando assisto “Jogos Mortais”. Na falta dele durmo com minha vó, ou com quem me acompanhar na sessão masoquista. Não conto com minha mãe muito menos com a Marcela. Gente que tem medo deve compartilhar o mesmo com pessoas não portadoras desse medíocre sentimento.

Cansei também de ter receio sobre o que posso e o que não posso escrever aqui. Quem vai ler ou quem não vai. Se esse blog foi feito com a finalidade do desabafo, então depois desse post: MISSÃO CUMPRIDA. Se não fosse trágico, seria cômico!

foto: getty images

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Dicionário da Língua Portuguesa

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O meu dicionário da Língua Portuguesa não é apenas um conjunto de palavras com suas significações frias. O meu dicionário conta o verdadeiro sentidos dos vocábulos escolhidos, dispostos em ordem de importância e não alfabeticamente, como seria o mais correto.

Infeliz foi o meu autor favorito (Aurélio Buarque de Holanda) ao definir algumas palavras em seu livro, o qual consulto quase que diariamente. Sua obra trata-se de um conjunto de vocábulos da Língua Portuguesa, dispostos alfabeticamente e com a respectiva significação (pelo menos o que ele entende por significação).

Segundo Aurélio:
AMIGO:
Homem ligado a outra pessoa por amizade ou afeição; companheiro; camarada.

AMIZADE: Sentimento de quem é amigo; afeição recíproca entre duas pessoas; boas relações; dedicação; amor.

Segundo Ariella:

AMIGO: Aquela pessoa que nunca estará lá quando você precisar; alguém o qual você dedica-se e jamais é reconhecido; aquele que fica com o carinha que você paquerava mesmo sabendo disso; homem pelo qual você perde noites fazendo seus trabalhos de faculdade e não reclama de colocar o nome do vagabundo que não fez nada; aquela pessoa que sai com você e sempre está junto na hora da felicidade; pessoa do sexo masculino que parece camarada, mas só tem segundas intenções; aluno da faculdade que te manda bilhetinhos anônimos e depois você descobre que o palhaço que se intitula "admirador secreto" não passa do carinha que se dizia seu amigo, mas só quer "te catar"; alguém o qual você confia e depois da confiança depositada compreende o que significa traição; alguém que nunca deveria ser chamado de amigo!

AMIZADE: Sentimento de quem é amigo, até você descobrir que amigos não existem!
foto: Directório Nacional de Saúde

Sigam-me os bons!

 

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